Pró-Milho/RS
Programa estadual promete ser um “divisor de águas” no incremento da produção de milho
Assinatura do decreto que oficializa o programa foi assinado em Chiapetta, na sexta-feira, dia 7, com a presença do governador do Estado, Eduardo Leite
A Chiapeta Empresa Agrícola, gerenciada pela família do produtor Luiz Antônio Chiapeta, foi sede de um dos momentos mais marcantes para a agricultura gaúcha nos últimos anos, nesta sexta-feira, dia 7. Além da 9ª Abertura Oficial da Colheita de Milho do Rio Grande do Sul, o local foi palco da assinatura do decreto que oficializa o Programa Pró-Milho RS – muito aguardado pela cadeia produtiva gaúcha. O Estado não produz a quantidade de milho suficiente para o consumo interno e o intuito é reverter esse quadro, para tornar outras atividades mais competitivas.
O município de Chiapetta, que soma mais de 30 mil hectares agricultáveis, forte produtor de soja e de milho, recebeu diversas lideranças regionais e estaduais na quinta e sexta-feira, dias 6 e 7, graças à promoção de palestras e do ato oficial promovidos pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), pela Apromilho/RS, prefeitura municipal e Chiapeta Empresa Agrícola.
Para o presidente da Apromilho/RS, Ricardo Meneghetti, o programa promete ser um agente transformador na agricultura gaúcha. Segundo ele, o entendimento da entidade e dos demais órgãos que integraram a construção do programa é que o milho não é somente importante para a economia, mas para a manutenção sustentável das lavouras, com a possibilidade de potencializar a rotação de culturas nas lavouras do Estado.
– Estamos realizando um sonho, esperançosos de que este momento histórico seja um “divisor de águas” para nós, produtores, e para a nossa agricultura. Todo esse trabalho também aproximou os elos da cadeia produtiva, nos colocando em sintonia com o mercado – exclamou Meneghetti, animado com a grande presença de lideranças que marcaram presença no evento.
Segundo o presidente da Abramilho, Alysson Paolinelli, o fato de o Brasil ser considerado um celeiro pelo alto grau de exportações de produtos agrícolas só vem reforçar o papel importante que o milho tem na cadeia produtiva como um todo, com os reflexos na produção de proteína animal, por exemplo.
– Estamos em um momento importante para a agricultura brasileira e precisamos repensar o modo em que usamos os nossos recursos, como a água. Não tem porquê deixar de aproveitar a água que temos para produzir mais. Hoje somos privilegiados pelo formato de agricultura que desenvolvemos e vejo que logo poderemos ter até três safras por ano. Para isso, o único caminho é a irrigação – defendeu.
E acrescentou: “o mundo agora quer comida e outros países já confessaram não ter como produzir tanto quanto o Brasil. O mundo está precisando de nós, agricultores”, disse Paolinelli, especialmente aos jovens presentes no encontro, admitindo que ainda restarão sérios problemas para as novas gerações, como a corrupção e outros ajustes – mas, por outro lado, as oportunidades são consideradas infinitas.
Sobre a iniciativa do Pró-Milho/RS, Paolinelli elogiou.
– Vocês, gaúchos, estão dando exemplo. Mais uma vez estão dando início a um trabalho que vai mudar a realidade do Estado. É algo fundamental para mudar a forma como o milho vem sendo trabalhada dentro dos sistemas de produção – salientou.
O governador gaúcho, Eduardo Leite, salientou que o Pró-Milho/RS começou a ser estruturado desde a safra passada, quando lideranças do setor sensibilizaram o governo da necessidade de tomar alguma medida para minimizar o déficit do produto no Estado.
– Estamos fazendo isso para que a gente possa produzir mais e melhor, dando apoio no acesso ao crédito e na comercialização, bem como na viabilização de mais áreas com irrigação. Entendemos a importância de dar esse suporte para a cadeia agrícola, que é fundamental para a nossa economia – reiterou.
Para Marcelo Chiapeta, que trabalha com o pai Luiz Antônio e irmão Gustavo, o risco da produção de milho é proporcional à possibilidade de grandes ganhos.
– A nova revolução agrícola é fazer uma agricultura altamente rentável. Para isso, precisamos de uma agricultura regenerativa e sustentável – defendeu, observando que, para isso, o milho é essencial.